Trek to Yomi - Review

Se você é fã de filmes clássicos de samurai, há muito o que amar em Trek to Yomi. Esse é um jogo de plataforma de deslocamento lateral com katana e uma história que vale a pena, que faz um trabalho magnífico de destilar o cinema japonês da velha escola em forma de videogame. Mas embora nunca tenha parado de me surpreender esteticamente, as coisas que você realmente faz nesse mundo bonito são menos impressionantes, com combate e exploração simplistas. Mesmo assim, a apresentação elegante de Trek to Yomi compensa muitas de suas deficiências de jogabilidade, e faz deste um conto de samurai memorável que estou feliz por ter jogado.

A dedicação de Trek to Yomi aos filmes de samurai em preto e branco do século 20 é aparente em literalmente todos os momentos, desde a aparência de seus logotipos de inicialização e menu principal até os créditos finais. Isso inclui tudo, desde o brilho artificial pontilhando a tela, que faz parecer que está passando de um rolo de filme antigo, ao ritmo e à entrega da linha durante as cenas, às referências a tradições historicamente precisas e práticas religiosas que desempenham um papel central na história. Na verdade, é difícil exagerar o quão bom é se mover em uma adaptação tão meticulosamente detalhada de um estilo de filme que eu sempre adorei e essa magia do filme é a melhor coisa que Trek to Yomi tem a oferecer, sem dúvida.

A história em si é sua busca de vingança padrão com um protagonista estóico que luta para escolher entre seu dever e seus desejos pessoais, completo com o bom e velho massacre traumático da infância, que serve como seu primeiro capítulo. É um clichê, com certeza, e se você assistiu a quase qualquer filme de samurai vintage, poderá ver muitos de seus eventos vindos a um quilômetro de distância. Porém, com todas as outras maneiras que Trek to Yomi presta homenagem aos clássicos que o inspiraram, uma história excessivamente convencional não acaba sendo uma coisa tão ruim. Às vezes, os tropos se tornam tropos por uma boa razão e esse conto familiar era como entrar em um banho quente cheio de minhas velas favoritas com cheiro de samurai. Também não é totalmente sem suas próprias reviravoltas, e em pelo menos uma ocasião ele fez algo que eu não havia previsto – momentos que ajudaram muito a redimir o enredo previsível.

O combate nunca é ruim, é apenas extremamente simplista.

Você passará a maior parte desta aventura rodando e cortando seu caminho através de belos cenários com um sistema de combate que é satisfatório, apesar de não ter muito a fazer. Você tem ataques leves, ataques pesados, um bloqueio e algumas armas de longo alcance, no entanto isso é o mais profundo que Trek to Yomi vai. De vez em quando você desbloqueia um novo combo de ataque ou encontra um novo tipo de inimigo que exige que misture sua estratégia um pouco, contudo depois de menos de uma hora eu dominei a maioria das habilidades necessárias para explodir exércitos de bandidos e samurais espectrais com facilidade. Isso foi especialmente verdade quando desbloqueei a capacidade de atordoar facilmente os inimigos e acabar com eles com uma animação sangrenta que também lhe cura, e que é possível usar para se livrar de quase todos os encontros que a campanha lança em você.

Não é que o combate seja ruim, é apenas extremamente simplista e não evolui o suficiente à medida que você progride para manter as coisas frescas. Também é muito familiar a muitos outros jogos de ação 2D, sem nenhum gancho real ou nova ideia para se destacar de qualquer coisa que eu ainda não tenha visto em outros lugares. Na maioria das vezes, eu me via apenas apreciando as incríveis vistas e sons enquanto passava por todos os inimigos no meu caminho (mesmo na dificuldade mais difícil, lembre-se). É bom que toda a aventura dura entre seis a sete horas, porque o combate envelhece em menos da metade desse tempo, então pelo menos não teve muita chance de ficar frustrante.

As lutas contra chefes são uma exceção ao combate alegre, pois geralmente introduzem um inimigo que não pode ser simplesmente decapitado em um instante. Esses campeões esponjosos devem ser estudados para que você possa elaborar uma estratégia para sobreviver a seus ataques e combatê-los cuidadosamente. Os chefes foram responsáveis pela grande maioria das minhas mortes ao longo do game, já que eles são uma das únicas partes que me forçaram a misturar minhas estratégias. Mesmo quando eu estava sendo esbofeteado impotente, foi uma explosão descobrir como superar esses guerreiros covardes, mas eles são tão poucos e distantes entre si que me fizeram desejar que mais combate apresentasse um desafio semelhante.

Trek to Yomi também se envolve em alguma exploração leve e até mesmo uma missão secundária ou quebra-cabeça de vez em quando, embora seja tudo extremamente superficial. A exploração geralmente equivale a algumas salas opcionais iguais com um colecionável oculto ou um caminho alternativo para chegar aonde quer que você esteja indo – às vezes você até encontrará uma maneira de evitar uma sequência de combate por completo para acionar uma matança ambiental legal, como derrubar troncos em alguns tolos como um Ewok vingativo. É uma pena que essas ideias não tenham sido levadas um pouco mais longe, pois atualmente é tudo incrivelmente simples e as oportunidades para mortes com a utilização do ambiente quase nunca surgem. Da mesma forma, as missões secundárias geralmente equivalem a uma área opcional onde você pode matar alguns bandidos extras e pegar alguns itens fáceis de um sobrevivente agradecido, enquanto os quebra-cabeças são pouco mais do que tarefas fáceis como empurrar um objeto ou combinar alguns símbolos. Como resultado, todos esses desvios parecem apenas preenchimento.