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1. Todos os dias chegam ao Ciberdúvidas dezenas de perguntas pertinentes acerca da língua portuguesa. Destacamo-las, assim como as respetivas  respostas na secção Consultório: a locução «ou então» com um valor disjuntivo similar ao da conjunção ou; a utilização de melhor e pior com os tempos compostos de verbos na voz ativa; os gentílicos americano e estado-unidense em referência a habitantes dos Estados Unidos da América. Refere-se ainda em que situações não se dá a contração da preposição por  com o artigo definido e, a propósito de uma frase de Machado de Assis (1839-1908) em O Alienista, explica-se o verbo alcançar como sinónimo dos verbos conseguir o obter. A propósito da palavra regressível, apesar de não ter registo em dicionários aqui consultados, sugere-se que é uma palavra bem formada e, portanto, correta. Essa situação justifica-se pela existência da palavra irregressível («que não admite regresso»), que tem presença em vários dicionários. Por último, explica-se a utilização da vírgula numa estrutura parentética, cujo objetivo é o de introduzir uma informação adicional, dando lugar a uma unidade autónoma do ponto de vista prosódico. 

2. Na Montra de Livros, José Mário Costa apresenta-nos a Gramática da Linguagem Portuguesa de Fernão Oliveira, que a definiu como a «primeira anotação da língua portuguesa» – agora em edição fac-similada da coleção Tesouros das Bibliotecas, uma iniciativa que o jornal Público leva a cabo de setembro de 2021 a fevereiro de 2022. Trata-se de um «conjunto de reflexões de carácter linguístico e cultural, com o objetivo explícito de propor uma norma para o português do século XVI, não seguindo, no entanto, o modelo das gramáticas até então produzidas». Uma outra obra sugerida na mesma rubrica é Bom Português, da Porto Editora em parceria com a RTP. Trata-se de um livro que tem vindo a preservar e a promover a língua portuguesa, valorizando o seu uso correto ao longo de três edições.

3. Na rubrica O nosso idioma, transcreve-se, com a devida vénia, o artigo da autoria do jornalista e crítico de cinema João Lopes e publicado no Diário de Notícias em 19 de setembro de 2021, em que o autor reflete sobre os verbos filmar e gravar na área do cinema. Destaca-se, igualmente, a crónica da professora Carla Marques na sua rubrica emitida no programa Páginas de Português, na Antena 2, no dia 19 de setembro de 2021, em que explora os significados do verbo ir, em todas as suas «direções». 

4. Na área do Ensino, sugere-se a crónica da professora Lúcia Vaz Pedro sobre a importância do ensino da literatura na formação social e humana, na educação estética e no aprofundamento da sensibilidade perante o mundo. Por último, a crónica publicada no Diário de Notícias no dia 20 de setembro de 2021 pela linguista Margarita Correia, que retrata o ensino básico na capital portuguesa, há 40 anos: uma forma de nunca esquecermos de onde viemos e para onde vamos. Uma crónica que exprime o desejo de que vivamos  cada instante do ano letivo de 2021-2022 com a alegria do (re)encontro e a sofreguidão de quem sabe que passará num instante.

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