O artigo “Disputas por modos de reconhecimento em políticas afirmativas no Ensino Superior brasileiro” foi publicado na Revista de Antropologia “Campos” da UFPR, no ano de 2021. A autora é Judit Gomes da Silva, Doutora em Antropologia e Arqueologia pela UFPR, pesquisadora associada ao Núcleo de Estudo Afro-Brasileiros (NEAB/UFPR) e ao Núcleo de Antropologia da Política, do Estado e das Relações de Mercado (NAPER/UFPR), e também servidora da UFPR. 

A etnografia resultou de seu trabalho de campo na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da análise das reuniões do Conselho Universitário – gravadas e disponíveis no acervo digital da instituição – que trataram das disputas por modos de reconhecimento de candidatas/os/es às vagas reservadas às pessoas pretas, pardas e indígenas.    

A antropóloga descreve, especialmente, os agenciamentos de estudantes negras/os/es e indígenas da UFSC nas disputas sobre os modos de reconhecimento para o ingresso na Universidade por meio de políticas afirmativas. Silva destaca as diferentes agencias que tencionaram a decisão do Conselho Universitário para a destituição da comissão de validação fenotípica, no ano de 2013. E, em 2017, quando o Conselho restituiu as bancas de validação fenotípica, devido a indícios de fraudes no ingresso, por meio das ações afirmativas, estudantes negras/os/es se mobilizaram politicamente e, com isso, passaram a participar das bancas e da organização do processo. Silva conclui que “tais agenciamentos evidenciaram que as e os estudantes são os maiores interessados na política afirmativa e desejam ser reconhecidos como interlocutoras/es nas questões acerca das múltiplas dimensões da vida acadêmica” (SILVA, 2021, p.127). 

A Conferência Popular Temática: Educação de Migrantes e Refugiados, primeira plenária preparatória para a CONAPE 2022, será realizada na quarta-feira, no dia 15/09/2021, das 9h às 11h (Abertura, Saudações e Orientações dos Trabalhos, no Canal do Youtube da SIPAD/UFPR) e das 14h às 16h (Plenária com discussão e consolidação das propostas enviadas e novas propostas, para o documento base. O link será enviado para os inscritos por email).

O formulário de inscrição, manifestação do interesse em apoiar e orientações para envio das logos das entidades encontram-se aqui. A grande quantidade de migrantes e refugiados nas diversas regiões do Brasil trazem à tona a questão de seus direitos, inclusive seu direito à educação, que muitas vezes lhes é retirado pelo desconhecimento da língua e das estruturas educacionais brasileiras, pela falta de formação adequada para atender suas necessidades por parte da sociedade em geral e pela xenofobia e discriminação em geral. A presente conferência busca ampliar os debates sobre o tema, numa perspectiva crítica, interseccional e de direitos humanos e cidadania, com o objetivo de propor diretrizes para compor o documento base da CONAPE 2022.