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Neuropsicóloga do HU publica artigo sobre as razões das nossas ‘falhas de memória’

31/08/2021 15:23

Rachel Schlindwein-Zanini, neuropsicóloga do HU-UFSC/Ebserh.

Esquecer de comprar o pão, onde deixou a chave, uma reunião na escola, o nome de um colega ou onde guardou um documento. Se você já passou por situações como essas ou vem passando de forma mais frequente, saiba que essas queixas, que chamamos genericamente de “esquecimentos”, são cada vez mais frequente entre jovens e adultos, com prevalência entre idosos, segundo a neuropsicóloga do Hospital Universitário (HU-UFSC/Ebserh), Rachel Schlindwein-Zanini.

Em artigo publicado na revista Scientifc American Mente & Cérebro, a profissional explica que essas “falhas de memória” podem ser provocados por uma série de fatores: “Por excesso de tarefas e estresse (que interfere no metabolismo e na liberação do cortisol), pela quantidade insuficiente de sono (ou pelo sono de má qualidade). Outros fatores são os déficits de atenção, a depressão, as alterações hormonais, a ansiedade, o uso de drogas e a alimentação pobre em vitaminas (em especial do complexo B, E, C), em ômega 3 e cálcio.”

A especialista, que é doutora em Ciências da Saúde e Neurociência, explicou que o cérebro funciona como uma orquestra, com cada parte atuando com seus acordes. As funções da linguagem geralmente são relacionadas ao lobo temporal, especialmente o hipocampo, que é importante na formação das memórias explícitas, enquanto outras partes do cérebro, como o estriado, a amígdala e o nucleus accumbens, ficam mais dedicados à formação das memórias implícitas.

De acordo com a neuropsicóloga, a ciência tem mecanismos para mensurar a capacidade de memória, por meio de avaliação neuropsicológica. Com testes, tarefas e análises de imagens é possível investigar alterações cognitivas que podem ser decorrentes de transtornos mentais e neurológicos, como a doença de Alzheimer, epilepsia, AVC, TCE, esclerose múltipla, por causas metabólicas ou infecciosas, como sequelas da Covid-19, entre outras.

“Sabemos que a formação das memórias precisa de mudanças morfológicas nas sinapses (transmissão do sinal elétrico entre neurônios). Isso significa que, mesmo no caso de pessoas sadias, ligações antigas precisam ser fortalecidas e novas sinapses necessitam ser desenvolvidas e consolidadas, pois uma memória ‘frágil’ desaparece facilmente. Ou seja, se quer se lembrar de algo, repita, repita e repita”, ensina a neuropsicóloga.

Ela acrescenta, porém, que nem todo esquecimento é maléfico: “Há momentos em que é preciso esquecer para recordar mais e melhor, seja pela dor que uma lembrança provoca ou com a finalidade de abrir caminho em meio a conteúdos já dispensáveis em nosso cotidiano, para armazenar e evocar algumas informações mais úteis no momento, um processo um pouco semelhante ao computador, que precisa de espaço no HD para novos arquivos.”

Confira um vídeo com a neuropsicóloga Rachel Schlindwein-Zanini sobre esse tema aqui.

Unidade de Comunicação Social – Hospital Universitário (HU-UFSC/Ebserh)

Mais informações pelo telefone (48) 3721-8104.

Tags: EbserhHospital UniversitárioHUmemóriaNeuropsicologiaRachel Schlindwein-ZaniniScientifc American Mente & CérebroUFSC
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